As taxas de juros cerca de 2% cobradas nos empréstimos consignados de aposentados e pensionistas foram criticadas pelo ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas. ;"Tem gente enganando os velhinhos", disse. Segundo ele, hoje é menor do que os 5% até 6% cobrados no passado mas, mesmo assim, ;acho que ainda está alta, pode abaixar mais", determinou.
O ministro falou durante a abertura da 2; Semana Nacional de Educação Financeira, organizada pelo Comitê Nacional de Educação Financeira (Conef), formado por ministérios como o da Justiça. Educação, Fazenda, Banco Central e entidades, entre outras, o Sebrae, Susep e CVM.
Gabas defendeu abrir a discussão da necessidade de fazer poupança para a população brasileira.De acordo com ele, é necessário colocar a expertise do governo para disseminar a educação financeira e previdenciária. "As pessoas no Brasil não são educadas para isso. Se pegarmos países mais antigos, a taxa de poupança é altíssima, chega a 140% do Produto Interno Bruto ( PIB), aqui é pouco mais do que 13%", fundamentou. Gabas complementou com o exemplo de uma escola onde os alunos tiveram aulas de educação financeira e comprovou-se que a poupança das famílias desses alunos aumentou.
O ministro enfatizou que é preciso discutir com a população a sustentabilidade da previdência social e colocar a preocupação "na cabeça das pessoas".
Gabas lembrou ainda que o momento é de transição demográfica.;A taxa de nascimento está em apenas 1,7 filhos por mulher. A sociedade brasileira está envelhecendo; e a grande maioria das pessoas não atenta para isso. Precisamos fazer essa discussão com a sociedade porque é estratégica para o país;, finalizou
Na sequência discursou Joaquim Levy, ministro da Fazenda. Ele adotou a mesma linha do ministro da Previdência ao dizer que daqui por diante será fundamental ; saber escolher, priorizar, medir o resultado do gasto público. Isso vai ser cada vez mais importante principalmente porque teremos que saber dosar a demanda dos mais idosos e conjugar com a dos mais jovens;.
Levy ainda destacou que promoção da educação financeira, faz com que o tema economia vá além das rodas acadêmicas e atinja toda a sociedade.;Os indivíduos se tornam mais conscientes para administrar riqueza, que é parte fundamental do processo de fortalecimento de cidadania;, afirmou.
O ministro da Fazenda retomou o discurso da posse sobre a importância da poupança, principalmente a de longo prazo, tanto individual, quanto do setor público. ;O amor a poupança é um dos objetivos da educação financeira. Vamos guardar alguma coisa que vá durar e dar frutos ao longo do tempo e não apenas imediatamente;. E complementou garantindo que o espírito da poupança ;é fazer as pessoas se programarem para ter controle sobre suas vidas e tomarem as melhores decisões para si e para toda a sociedade;, concluiu.
Gabas citou o exemplo de uma escola onde os alunos tiveram aulas de educação financeira e comprovou-se que a poupança das famílias desses alunos aumentou.O ministro aproveitou para fazer uma propaganda das mudanças que o Tesouro anunciará amanhã nos Títulos do Tesouro Direto. A intenção é fornecer mais um instrumento financeiro para poupar e ao mesmo tempo financiar o país.