O chanceler do Equador, Ricardo Patiño, disse nesta segunda-feira(9/3) que a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) não permitirá "intervenção estrangeira" na Venezuela, nem um "golpe de Estado" contra o presidente Nicolás Maduro.
Patiño convocou o apoio regional a Caracas, quase de forma simultânea ao anúncio feito hoje, por parte do governo americano, de ampliação das sanções a funcionários venezuelanos. Segundo Washington, os indivíduos incluídos nessa lista de sanções estariam envolvidos em violações dos direitos humanos.
"Não vamos permitir intervenção estrangeira, não vamos permitir golpes de Estado", declarou Patiño, em entrevista coletiva em Guayaquil (sudoeste do país), sem se referir ao anúncio feito pelos Estados Unidos.
Leia mais notícias em Mundo
"Na medida em que o presidente Nicolás Maduro é o presidente dos venezuelanos, eleito democrática, transparente e claramente, é claro que vamos nos opor de forma radical, frontal, institucional, com toda nossa força, a qualquer tentativa de desestabilização", frisou Patiño.
O ministro equatoriano e os chanceleres do Brasil, Mauro Vieira, e da Colômbia, María Ángela Holguín, assim como o secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, reuniram-se com representantes do governo Maduro e com líderes da oposição, sexta-feira, em Caracas.
A delegação tenta mediar a retomada das discussões entre Maduro e seus adversários políticos. O diálogo foi convocado há um ano, após os protestos que deixaram 43 mortos e motivaram as sanções dos Estados Unidos à Venezuela.
O contato entre governo e oposição está congelado desde maio passado. Durante a viagem da delegação da Unasul a Caracas, a oposição reiterou que aceitará conversar com Maduro apenas quando dois de seus líderes, Antonio Ledezma e Leopoldo López, forem libertados da prisão.
López enfrenta um processo por incitação à violência durante os protestos de 2014 contra o governo. Já o prefeito da região metropolitana de Caracas, Antonio Ledezma, foi preso sob suspeita de fazer parte de um complô para derrubar Maduro.