O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, se reuniram nesta sexta-feira (6/3) com o presidente e principal executivo da BlackRock, maior gestora de recursos do mundo, Lawrence Douglas Fink.
O executivo norte-americano tem interesse no potencial de investimentos na área de infraestrutura, parte que está bastante travada desde o primeiro mandato do governo Dilma Rousseff, de acordo com fontes do governo. No entanto, o desafio é transmitir uma imagem positiva nesse mar de crise econômica e política que o país atravessa e que pode culminar com um rebaixamento do país se o ajuste fiscal não for realizado de forma a equilibrar as contas públicas, que registram um rombo histórico de R$ 32,5 bilhões em 2014.
Esta semana, as autoridades brasileiras também gastaram bastante saliva para mostrar números positivos da economia para representantes da agência de classificação de risco Standard;s, que pode tirar o grau de investimento do país se o que viu e ouviu deixou dúvidas sobre a questão de gestão na área fiscal, principal item para que a instituição faça com que o país volte para o limbo das nações com grau de especulação elevado.
Os dois ministros se encontraram com Lary Fink, como ele é conhecido, no Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), em Davos, na Suíça, em janeiro. Lá, eles combinaram uma reunião no Brasil para debaterem mais sobre a economia brasileira. Levy e Tombini estão animados com a ideia de que a Blackrock pretende realizar um seminário para investidores e fundos soberanos, como o de Cingapura, no Rio ou em São Paulo, ainda este ano.
Para isso, as autoridades precisarão escolher e desenhar projetos mais atraentes para os investidores que fugiram das últimas tentativas de leilões, como ferrovias, porque o governo ainda não conseguiu acertar a mão. P or conta disso, agora o Ministério do Planejamento é que está com a incumbência de escolher e desenvolver os projetos mais viáveis para a retomada do Plano de Investimento em Logística (PIL), de portos, aeroportos e ferrovias, e também do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que ainda não tem data definida para lançamento.
Gigante
A Blackrock é um gigante na área de finanças. Possui uma carteira de ativos de US$ 4,6 trilhões, com 7,7 mil investimentos no portfólio. O fundo divulga trimestralmente um índice de Risco Soberano, com 50 países em termos de qualidade de crédito governamental. No último, publicado em janeiro, o Brasil ficou em 31; lugar do ranking liderado por Noruega e seguido por Cingapura e Suíça. A Ucrânia está em último lugar.