Jornal Correio Braziliense

Economia

Impedido por esquema de segurança, buzinaço na capital perde força

Motoristas afirmam terem ficado com receio de prosseguir com ato pacífico depois de serem barrados por policiais militares e rodoviários, além de homens da Força Nacional

Depois de programar um grande buzinaço na Praça dos Três Poderes, em Brasília, as dezenas de caminhoneiros que seguiam em direção ao Plano Piloto pela BR-060 teriam sido impedidas de prosseguir com o protesto pacífico após a montagem de um forte esquema de segurança da Polícia Militar de Goiás e do DF, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Força Nacional ; que contesta a informação oficialmente.

"Não há nenhum tipo de orientação para que a Força Nacional pare caminhoneiros ou impeça o livre trânsito por vias públicas. As equipes da Força atuam no apoio à PRF onde for solicitada para impedir bloqueios e cumprir recentes decisões judiciais sobre a paralisação de caminhoneiros", informou, por meio de nota, a Força Nacional.

Uma conta do Twitter atribuída ao Comando Nacional do Transporte, postou uma foto de caminhoneiros que estariam no entorno do DF, a 20 kms da capital, reunidos em um posto de combustível.





O movimento nacional dos caminhoneiros contava com a liderança do motorista catarinense Ivar Luiz Schmidt, 44 anos, que não foi mais encontrado depois de publicar um vídeo nas redes sociais conclamando a categoria a realizar o ato durante todo o dia ;contra a indiferença e a corrupção do governo;. Segundo colegas, ele teria abandonado o local de concentração dos caminhoneiros ; um posto de combustíveis próximo a Luziânia.

Um helicóptero da Polícia Civil sobrevoa o local e várias viaturas da Polícia Militar fazem rondas desde a madrugada na região. Os caminhoneiros veem a situação como uma forma de coação e, por isso, decidiram não continuar com o protesto.



Revolta
Para conseguir atingir a meta no 13; dia do movimento, o próprio Schmidt percorreu vários trechos de rodovias goianas, para convencer motoristas a aderir e a chamar outros. Ele argumentou que as bandeiras do movimento, como redução do preço do diesel, melhora dos valores dos fretes e aprovação imediata da chamada Lei dos Caminhoneiros, que regula as condições de trabalho da classe, não foram atendidas. A palavra mais usada por eles é ;revolta;, negando o acordo brandido pelo governo nos últimos dias. ;Estamos pagando para trabalhar; foi frase recorrente.

Procurada pela reportagem, a Polícia Militar ainda não se pronunciou sobre o assunto.