O Eurogrupo aceitou nesta sexta-feira (20/02) o pedido feito por Atenas de estender por mais quatro meses o acordo de assistência financeira concedido à Grécia, que há cinco anos enfrenta uma grave crise econômica.
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--2009--
- Outubro: o novo governo socialista de Giorgos Papandreu revisa em alta a previsão de déficit público para 2009 (12,7% frente a 6%). Depois, elevou a estimativa para 15%. Em dezembro, a UE alerta sobre o estado das finanças públicas e as agências de classificação de risco rebaixam a nota da dívida grega.
--2010--
- 23 de abril: com uma dívida pública de 350 bilhões de euros, Atenas pede uma ajuda internacional, já que não consegue captar capitais nos mercados, onde as taxas de juros exigidas alcançam níveis proibitivos.
- No começo de maio, a zona do euro e o FMI acordam um resgate de 110 bilhões de euros em empréstimos, em troca de um severo plano de ajuste para sanar suas finanças públicas.
--2011--
- 27 outubro: diante da deterioração da situação econômica e financeira da Grécia, a Eurozona elabora um novo plano de resgate que combina empréstimos suplementares por 130 bilhões de euros, e o perdão de 107 bilhões de euros de dívida pública grega em mãos de bancos privados, sobre um total de 206 bilhões de euros. Em contrapartida, exigiu-se medidas de austeridade assim como reformas estruturais.
Este plano, que deveria ser encerrado no final de 2014, foi prolongado até o final de fevereiro de 2015.
--2012--
- 9 março: Acordo histórico de 83,7% dos credores privados da Grécia que perdoam parcialmente a dívida grega, evitando a moratória do país.
- Maio: as eleições legislativas não dão maioria para governar. Novas eleições são organizadas. Após as eleições em junho, é formado um governo de coalizão direita-esquerda.
--2014--
- Abril: a Grécia retorna aos mercados pela primeira vez em quatro anos e consegue no final do ano um superávit primário (sem contar o pagamento de juros da dívida).
--2015--
- 25 de janeiro: O partido de esquerda Syriza, dirigido por Alexis Tsipras, ganha as eleições legislativas com a promessa de renegociar o plano de resgate, que para os gregos é sinônimo de austeridade.
Após cinco anos de austeridade, o PIB do país caiu aproximadamente 25%, os salários recuaram cerca de 25% e o desemprego atinge um quarto da população.
"O país fez um esforço de ajuste orçamentário sem precedentes na zona do euro, reduzindo seu déficit de 15% em 2009 a menos de 3%, respeitando assim os critérios de Maastricht", afirma Matthieu Pigasse, banqueiro e assessor do governo grego, que defende o perdão de 100 bilhões de euros da dívida grega, que agora se encontra principalmente nas mãos de Estados.
Alexis Tsipras afirma que a Grécia não quer sair da zona do euro, mas anuncia que prevê medidas sociais para lutar contra a "crise humanitária" que afeta o país, e que irá renegociar os acordos com os credores do país.
- 12 fevereiro: Uma primeira reunião do Eurogrupo fracassa em chegar a um acordo. Há um segundo fracasso, no dia 16, e a zona do euro dá um ultimato à Grécia.
- 19 fevereiro: o executivo grego aceita pedir a Bruxelas uma extensão de seis meses do "acordo de empréstimo" europeu e a supervisão durante este período da troika UE-BCE-FMI, mas não inclui a prorrogação do "memorando" e das medidas de austeridade.
Berlim rejeita a demanda, mas a Comissão europeia considera que pode ser a base de um acordo.
- 20 de fevereiro: os ministros das Finanças da zona do euro concordam em estender por quatro meses o programa de ajuda financeira à Grécia.