Jornal Correio Braziliense

Economia

Alemanha diz que pedido da Grécia é ponto de partida para negociações

A Grécia enviou na quinta-feira (19/2) a seus parceiros europeus uma proposta financeira na qual reitera sua oposição à austeridade

Berlim - O pedido do governo grego para prorrogar a ajuda de seus sócios europeus ainda não é suficiente, mas deve ser "o ponto de partida para outras conversações", declarou nesta sexta-feira (20/2) um porta-voz da chanceler Angela Merkel, abrindo caminho para um possível acordo com Atenas.

"Na opinião do governo alemão, (o pedido grego) ainda não é suficiente", afirmou a porta-voz, Christiane Wirtz, em um encontro com a imprensa em Berlim. "Mas é considerado um ponto de partida para outras conversações", acrescentou.

A Grécia enviou na quinta-feira (19/2) a seus parceiros europeus uma proposta financeira na qual reitera sua oposição à austeridade, suscitando, de imediato, a rejeição da Alemanha, mas que, segundo Bruxelas, "abre o caminho para um compromisso". O governo grego propôs, em uma carta ao Eurogrupo, uma extensão por seis meses do acordo de empréstimo europeu, período em que se compromete com o equilíbrio orçamentário, mas confirmou que é contra as medidas de austeridade, segundo uma fonte governamental em Atenas.

Na carta, o governo grego de esquerda aceita a supervisão dos credores (UE, BCE e FMI), embora não utilize a palavra "troika". Compromete-se a "financiar plenamente qualquer nova medida, mas se abstendo de qualquer ação unilateral que possa afetar as metas orçamentárias, a recuperação econômica e a estabilidade financeira".



Uma reunião de ministros da Economia da zona do euro (Eurogrupo) será realizada na tarde da sexta-feira, em Bruxelas para decidir sobre o pedido da Grécia. Entretanto, a proposta grega foi mal recebida pela Alemanha, maior economia da zona do euro. O ministério alemão da Economia considerou em um comunicado que "não é uma proposta de solução substancial" e que "não responde aos critérios da zona euro".

Atenas reagiu algumas horas mais tarde, dando a entender que alguns países na zona do euro não querem solucionar a negociação entre Atenas e seus parceiros europeus.