Em 2013, o deficit nominal do setor público ficou em 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB). O saldo negativo da conta externa ficou, por sua vez, em 3,6%. Juntos, esses números representam 7,1% do PIB. Ocorre, contudo, que o resultado fiscal nominal, em que não há desconto para o que se paga com os juros da dívida do governo, saltou de -3,5% para -6,7%. O buraco nas transações correntes também cresceu, para 4,2%. A soma de ambos, portanto, foi para 10,9% ; uma disparada de 53,5%.
Apesar de o governo esperar reverter esse processo em 2015, economistas duvidam do cumprimento da meta. Em vez disso, preveem, maior desvalorização do real e mais pressão inflacionária, desafios que serão combatidos com juros ainda mais altos e por um período superior ao que se imaginava. A relação entre os dois itens que compõem os deficits gêmeos é íntima. ;Não tem jeito. Se o governo insiste em gastar mais do que arrecada, isso vai bater nas contas externas;, explicou o economista Reinaldo Gonçalves, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
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