Jornal Correio Braziliense

Economia

Fuga de dólares inverte tendência com fluxo cambial positivo

A fuga de capitais que marcou o fim do primeiro ano do governo Dilma Rousseff deu lugar a uma entrada mais forte de recursos no início do segundo mandado da petista. Em janeiro, o fluxo de dólares que aportou no país superou as remessas ao exterior em US$ 3,9 bilhões. O valor representa 2,4 vezes o montante que as empresas trouxeram para o Brasil durante o primeiro mês de 2014, quando a entrada líquida de dólares somou US$ 1,6 bilhão.

Mais uma vez, o que determinou o resultado positivo foi o mercado financeiro. Com o dólar mais forte em relação ao real, investidores estrangeiros aproveitaram para comprar ações de empresas e títulos da dívida pública. Como o câmbio jogou a favor, foi possível gastar menos dólares para adquirir a mesma quantidade de ativos brasileiros, a um preço melhor. Não por outro motivo, o fluxo financeiro somou, em janeiro, US$ 4,1 bilhões.

Já a balança comercial seguiu decepcionando. Com a queda dos preços de diversos itens, especialmente commodities, nos mercados internacionais, o saldo comercial ficou negativo em US$ 215 milhões no período. Os números representam uma forte reversão do resultado de janeiro de 2014, quando as receitas provenientes de exportações superaram as saídas de recursos via importações em US$ 1,6 bilhão.

Em tese, esses números devem melhorar à medida que os exportadores negociarem contratos mais vantajosos, em função também da queda do real frente o dólar. Isso porque, apesar de terem custos em moeda nacional, esses empresários faturam em dólar. Então, ao trazerem para cá os recursos das vendas, eles trocam por mais reais, tornando a operação mais vantajosa.