Jornal Correio Braziliense

Economia

Maior tarifaço desde 2003 tem alta dos preços estimada em 9,3%

Energia elétrica terá a alta mais forte, de 27,6%

Apesar de a presidente Dilma Rousseff negar, o Banco Central confirmou que haverá um tarifaço em 2015. Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem, o BC estimou que os preços administrados ; aqueles que são controlados pelo governo ; terão alta de 9,3% neste ano. Será a maior elevação desde o início da administração Lula, em 2003. As projeções do BC são de que a energia elétrica aumentará 27,6%. A gasolina ficará 8% mais cara, sobretudo por causa da volta da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e da elevação do PIS/Cofins.

[SAIBAMAIS]Para alguns analistas, no entanto, as previsões da autoridade monetária estão subestimadas e os reajustes serão ainda maiores. Nas contas do economista do Itaú Unibanco Elson Teles, o conjunto dos preços administrados vai subir 10,4% em 2015, e será responsável por 2,4 pontos percentuais da inflação, projetada em 7,1%. Ele prevê que a energia elétrica residencial encarecerá 30%; as passagens de ônibus, 11,6%; a gasolina, 10,4%; os planos de saúde, 9,4%; a taxa de água e esgoto, 7,4%; os remédios, 4,9%; e o botijão de gás, 4,6%.


Teles explicou que os principais impactos sobre a conta de luz virão da alta nos custos de geração, dos encargos setoriais e dos repasses, para as tarifas, dos valores necessários para que as distribuidoras paguem os empréstimos bancários emergenciais que fizeram, no ano passado, para salvar o caixa. No caso da gasolina, a cobrança da Cide e do PIS/Cofins será transferida ao preço pago pelo consumidor. Também vai ficar mais caro o etanol anidro, que entra na mistura do combustível derivado de petróleo.

Dados da consultoria Kantar Worldpanel apontam que o brasileiro gasta 6% da renda anual com serviços públicos. Segundo o levantamento, entre 2009 e 2013, a parcela do orçamento familiar destinada a cobrir essas despesas cresceu 27%. Somente a conta de água teve um acréscimo de 53%, e a de esgoto, 33%. Além disso, o dispêndio familiar com gás de botijão, lenha e/ou carvão subiu 34% no período analisado.

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