Jornal Correio Braziliense

Economia

Governo Central tem primeiro deficit desde 1997, de R$ 17,2 bilhões

No ano, as despesas cresceram mais do que as receitas. Os gastos tiveram um salto de 12,8%, totalizando R$ 1,03 bilhões. A receita líquida, por sua vez, cresceu apenas 2,3%

O governo não conseguiu cumprir o prometido e registrou o primeiro resultado fiscal negativo para um ano fechado, desde o início da série histórica, em 1997. O ano de 2014 apresentou déficit primário (quando o governo não consegue economizar para pagar os juros da dívida pública) de R$ 17,2 bilhões para o Governo Central, R$ 94 bilhões a menos do que em 2013. O deficit equivale a -0,34% do Produto Interno Bruto (PIB).

O governo havia se comprometido, no ano passado, a realizar superavit de R$ 80 bilhões. No fim do ano de 2014, no entanto, entrou em um embate no Congresso Nacional para reduzir esse valor e alterou a lei para economizar apenas R$ 10,1 bilhões ; marca que também não foi alcançada. Para 2015, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, se comprometeu a entregar um superavit de 1,2% do PIB, equivalente a R$ 66 bilhões.



O governo central é composto por Previdência Social, Tesouro Nacional e Banco Central. No ano, as despesas cresceram mais do que as receitas. Os gastos tiveram um salto de 12,8%, totalizando R$ 1,03 bilhões. A receita líquida, por sua vez, cresceu apenas 2,3%.

O rombo da Previdência Social foi de R$ 56,69 bilhões, um aumento de 13,7%. A estimativa era de que esse resultado fosse negativo em R$ 49 bilhões. Isso se deve, sobretudo, explicou o secretário do Tesouro, Marcelo Saintive, à frustração nas receitas previdenciárias arrecadadas. O Tesouro Nacional realizou superavit de R$ 39,5 bilhões e o Banco Central, um déficit de R$ 114,8 milhões, uma queda de 91% em relação ao ano passado.