A indústria paulista já esperava a crise de água para o ano de 2015, mas não com a intensidade que está ocorrendo, de acordo com o diretor titular do Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Nelson Pereira dos Reis.
O diretor disse que 60 mil estabelecimentos do setor, da Grande São Paulo e da região de Campinas devem ser afetados pela falta de água. Eles representam quase 60% do PIB industrial do estado. ;Não é difícil imaginar o que a escassez de água pode representar para a atividade econômica da indústria na região; disse.
Além disso, as duas regiões representam metade do emprego industrial de São Paulo. São cerca de 1,5 milhão de empregos. Para Reis, demissões não estão nos planos a curto prazo. ;A última coisa que a indústria quer fazer é reduzir os postos de trabalho. A gente espera que isso [crise da água] seja temporário, então não existe essa intenção;, acrescenta.
Porém, Reis destaca que ;se a crise se aprofundar e a empresa for obrigada a reduzir sua atividade, por exemplo, ficar um dia sem água, aí começará a impactar e as empresas terão que fazer contas;. O diretor explica que, com a crise hídrica, as indústrias precisarão alterar hábitos e procedimentos e que isso afetará competitividade, produtividade e lucro.
A indústria intensificou o reúso da água no processo de produção, além da economia e redução do volume anteriormente utilizado. Além disso, a Fiesp está estudando o potencial das águas subterrâneas para o setor. Nas áreas de maior concentração de empresas, a ideia é que haja investimentos para se obter um volume adicional de água, fazendo perfuração de poços artesianos. ;Para curto prazo, essas alternativas são as mais viáveis de se fazer;, diz.