Jornal Correio Braziliense

Economia

Fabricantes preparam Páscoa com lançamentos de 150 tipos de ovos

Os produtos, que virão entre tamanhos de 60g a 700g, prometem agradar a todos os paladares

O mercado de chocolates está otimista, mas cauteloso. Apesar da expectativa por um volume de vendas para a Páscoa superior ao do ano passado, o setor amargou resultados negativos em 2014. Entre janeiro e setembro, a produção teve queda de 2% frente ao mesmo período de 2013, enquanto a exportação caiu 1,3% e o consumo diminuiu em 1%. Já a importação, influenciada pela demanda e pelo desejo do consumidor de experimentar novos tipos de produtos, registrou crescimento de 26,6%.

Não apenas a conjuntura econômica impactou o setor, mas o encarecimento de outros insumos ao longo do último ano, como combustível, mão de obra e embalagem, também geraram impacto. ;Quando a economia vai bem, o mercado vai acima do Produto Interno Bruto (PIB). Quando vai mal, atingimos resultados inferiores ao crescimento do país;, afirmou o vice-presidente de mercado interno da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), Ricardo Bassani.

Ainda sem os resultados do quarto trimestre de 2014, a perspectiva do setor é de estagnação, um avanço inferior a 1%. ;Costumamos obter bons resultados no fim do ano com as vendas no Natal, mas dificilmente teremos um crescimento acima do PIB;, enfatizou Bassani. Diante do cenário adverso da economia em 2015, o resultado não deve ser tão favorável. ;O cacau atingiu uma das maiores altas dos últimos 20 anos, e isso preocupa a indústria. Quando associamos esse fator a uma inflação ainda elevada e à instabilidade do dólar, podemos ter impacto no consumo;, acrescentou.

O aumento nas alíquotas de Pis/Cofins e nas Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre o combustível também trarão repasse no mercado. O executivo de marketing e vendas da Village, Reinaldo Bertagnon, admitiu que as alterações dos tributos podem provocar aumento do frete, mas garantiu que, ao menos na Páscoa, não haverá repasse para as mercadorias.

"O aumento no diesel e no combustível deve ser acrescido à cadeia produtiva, mas apenas a partir do segundo trimestre", avaliou. A elevação das tarifas de energia elétrica também não serão sentidas no período da data comemorativa. "Tudo que tinha para produzir já foi concluído. A produção dos ovos começou em agosto do ano passado", destacou Bertagnon.

Páscoa
Os apaixonados por chocolate não terão do que reclamar da Páscoa de 2015. Só de lançamentos, os principais fabricantes prepararam 150 ovos, que estarão nas prateleiras de mais de um milhão de pontos de vendas em todo o país, entre supermercados, armazéns, padarias e lojas especializadas. Os produtos, que virão entre tamanhos de 60g a 700g, prometem agradar a todos os paladares, com opções para crianças e adultos.

A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), representante de 100% do mercado de cacau no Brasil, ainda não fechou os números para a Páscoa deste ano, mas destaca que as empresas criaram cerca de 26,5 mil empregos temporários. Na data do ano passado, foram produzidas 20,2 mil toneladas de chocolate pela indústria e chocolaterias, o correspondente a aproximadamente 100,2 milhões de ovos.



O presidente da Abicab, Getúlio Ursulino Netto, ressaltou na 26; edição do Salão de Páscoa, em São Paulo, que, mesmo diante de uma inflação alta, os consumidores não deixarão de comprar os doces na data. Uma pesquisa encomendada pela entidade indica que 79% dos brasileiros tem o hábito de homenagear amigos e familiares com chocolates. "O ovo de Páscoa representa o desejo de paz e renovação e são poucos os que abrem mão de presentear entes queridos", afirmou.

O repórter viajou a convite da Abicab