Nas rodas de conversas da irmandade Alcoólicos Anônimos, que completa 80 anos de existência em 2015, se conta a história de um homem que certa vez parou em frente a um bar e, esforçando-se para manter o equilíbrio do corpo, começou a se questionar como que, por aquela pequena porta, tanta coisa podia ter entrado e se perdido: a aparência, a dignidade, a reputação, a família, os bens, tudo.
O mau uso do álcool corrói não apenas o fígado. Maltrata também a renda e o patrimônio de quem não sabe mais viver sem a bebida, mesmo acreditando exercer domínio sobre ela. O porre na saúde financeira deixa sintomas irrecuperáveis. Em não raros casos, pais e mães de famílias acumulam dívidas, poupam apenas o dinheiro da cachaça e, por ela, abrem mão de tudo o que conquistaram.
Sem equilíbrio emocional nem domínio pleno das decisões, quem não se dá bem com o álcool não consegue manter uma boa relação com as contas. ;É quase impossível encontrar um alcoólatra com a vida financeira ajustada. Geralmente, é perda total;, diz o presidente da Dsop Educação Financeira, Reinaldo Domingos.
Vulneráveis
Bêbado costuma gastar mais do que poderia. Empresta e toma dinheiro no mercado com facilidade. Vira amigo de agiota, enrola o dono do bar, os amigos, os parentes e a si mesmo. Com muita frequência, sublinha Reinaldo, se enrosca nos juros do cheque especial e do cartão de crédito e fica vulnerável às pegadinhas de profissionais especializados em dar golpes.
Veja o depoimento de um alcoólatra, que preferiu não se identificar:
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