O trabalhador que pensa em adquirir a casa própria neste momento deve rever sua intenção, adotar uma postura de cautela e aguardar um pouco mais antes de assinar um contrato de financiamento. A dica é do presidente do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), Geraldo Tardin. Nesta segunda-feira (19/1), entram em vigor as novas taxas de juros para o financiamento imobiliário da Caixa Econômica Federal (CEF) tanto para o Sistema Financeiro da Habitação (SFH), quanto para o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) e o impacto para o mutuário será de até 14,3% nas prestações.
Marcelo Augusto Luz, presidente da Associação Nacional dos Mutuários (ANM), diz que avalia a elevação dos juros da casa própria com preocupação. Ele pondera que mesmo as taxas anteriores já eram consideradas altas. Marcelo Luz lembra que os compradores de imóvel na planta que adquiriram das construtoras, para fazer uso do financiamento bancário, principalmente o da CEF, também prejudicados. ;Já alterou o plano de compra do imóvel porque a partir do momento que for fechar o financiamento encontrará taxa a maior. [Esses compradores] vão ter dificuldades nas primeiras prestações e no aumento da dívida porque o saldo devedor acaba sendo alterado também para mais;.
Marcelo Luz disse que um imóvel que custa R$ 250 mil, considerado por ele habitação de médio valor, terá a primeira prestação de R$ 2,5 mil, pelo Sistema de Amortização Crescente (Sacre) utilizado pela Caixa. O presidente da ANM disse que é difícil encontrar imóveis abaixo de R$ 190 mil e os que estão cotados acima desse valor serão afetados pelos juros maiores. ;A maioria dos imóveis que são construídos no Brasil tem um valor entre R$ 250 mil e R$ 800 mil. A orientação é financiar o menos possível. Se o mutuário for ao banco para fazer a captação de 80% a 90% provavelmente terá dificuldades, com a queda da renda, ao longo dos anos. Tudo pode acontecer, já que existem contratos com prazos acima de 400 meses;, destaca.