A falta de rigor na gestão das contas públicas não ocorre apenas no governo federal. Estados e municípios acumularam um deficit nominal de R$ 57,6 bilhões no período de 12 meses encerrado em novembro. Considerando os 26 estados e o Distrito Federal, em 19 unidades da Federação houve aumento do rombo, queda no superavit primário ou inversão de desempenhos positivos para negativos, na comparação com outubro. Especialistas destacam que boa parte dos resultados piorou logo após o período eleitoral, indicando que o descontrole fiscal é generalizado no país.
[SAIBAMAIS]O exemplo mais emblemático é DF. A capital federal acumulava superavit de R$ 148 milhões até outubro e, no mês seguinte, passou a ter deficit de R$ 791 milhões. Proporcionalmente, foi a maior reversão entre as 27 unidades da Federação. O rombo nas contas do governo distrital corresponde a 4,6% das receitas líquidas correntes. O Correio procurou a Secretaria de Fazenda do DF, mas a pasta informou que não se pronunciaria sobre o fato. O chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, comentou que o resultado é representativo. Entretanto, informou que não tem elementos para detalhar o que levou a uma virada significativa em prazo tão curto.
Um dos maiores deficits nominais foi apurado no Rio de Janeiro. O rombo chegou a R$ 13,8 bilhões, valor equivalente 17,8% das receitas correntes líquidas. Em São Paulo, as contas no vermelho ultrapassaram os R$ 21 bilhões. No Amapá, o rombo é de R$ 1,1 bilhão e corresponde a 21,5% das receitas. Por outro lado, em Roraima, em Rondônia e em Sergipe houve aumento de superavit.
Eleições
Para o professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB) Newton Marques, em ano de eleições, governadores deixaram de lado de o rigor com as contas públicas para tentar a reeleição ou fazer o sucessor. Segundo ele, durante esses processos é comuns o aumento de gastos na tentativa de arrebanhar eleitores. ;Somado a isso, tivemos um ano ruim para a economia e a arrecadação de tributos em todas as unidades da federação despencou. A situação piorou muito e é preocupante;, comentou.
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