Os brasileiros estão endividados como nunca, justamente em um momento bastante delicado da economia, no qual o país não cresce, o emprego dá sinais de desgaste, a inflação continua alta e os juros estão subindo. Dados do Banco Central mostram que quase metade da renda anual das famílias, 45,88%, está sendo tragada pelo pagamento de dívidas. Nas modalidades de crédito mais caras disponíveis no mercado, a inadimplência é uma das mais altas da história. Mais de 11% dos brasileiros estão atrasados com o cheque especial e quase 39% não conseguem quitar os financiamentos rotativos do cartão de crédito. A percepção dos consumidores, contudo, já mudou. A maioria notou que é hora de colocar o pé no freio na gastança e ajustar as contas.
Leia mais notícias em Economia
Especialistas garantem que é possível virar o jogo e vencer o superendividamento. Mais do que isso: é necessário. Dívidas altas favorecem o surgimento de doenças, destroem relacionamentos e prejudicam a convivência familiar. ;Cerca de 17% dos casais brigam por questões de dinheiro;, revela Marcela Kawauti, economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). A entidade registrou alta de 3,37% na inadimplência do consumidor em novembro em relação a igual mês do ano passado, sobretudo, com faturas de serviços de telecomunicação, água e luz. O SPC Brasil aponta que o número de brasileiros com contas atrasadas é expressivo: 55 milhões de pessoas.
Desconfiança
Marcela destaca que a explicação para essa tendência está no quadro atual do país. ;Os dados de conjuntura apontam, de forma unânime, para a fraqueza da economia, em especial a perda de confiança do consumidor, que tem se deparado com inflação elevada e taxas de juros em patamar alto. Esses fatores explicam o crescimento recorrente da inadimplência em relação ao que se viu em 2013;, afirma.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique .