A forte desaceleração da economia brasileira impactou diretamente nos cofres da União. A arrecadação de tributos da Receita Federal somou R$ 104,5 bilhões em novembro, volume 12,86% abaixo do registrado no mesmo intervalo de 2013, considerando a inflação do período. Essa foi a maior queda real no ano.
No acumulado de janeiro a novembro, o volume de impostos recolhidos encolheu 0,99% em relação ao ano passado, para R$ 1,073 trilhão. Diante desse resultado abaixo das expectativas, o Fisco revisou sua projeção novamente e agora espera uma queda na Receita em 2014. Caso isso ocorra será a primeira retração desde 2009, quando a receita de tributos encolheu 2,74% enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) recuou 0,33%.
;O resultado deste ano será em torno de zero ou um pouco abaixo. O mês de dezembro é muito difícil de trabalhar com os números, mas a nossa previsão agora está um pouco abaixo;, disse o chefe do centros de estudos tributários e aduaneiros da Receita, Claudemir Malaquias. De acordo com o técnico, as desonerações deverão retirar mais de R$ 100 bilhões da arrecadação e esse valor deverá ser mantido nas projeções de 2015.
Pelas estimativas da Receita, as despesas com desonerações somaram R$ 92,9 bilhões de janeiro a novembro, um aumento de 32,54% em relação ao mesmo período de 2013, quando o volume de subsídios chegou a R$ 70,1 bilhões.
Malaquias ainda informou que a receita com o parcelamento do Refis chegará a R$ 18,5 bilhões até o fim do ano, um pouco acima da previsão inicial, de R$ 18 bilhões. De agosto a novembro, entraram no cofre da União R$ 17,5 bilhões referentes aos parcelamentos e pagamentos à vista referentes ao programa de renegociação de dívidas tributárias aberto neste segundo semestre.