Washington- O Federal Reserve (Fed) manteve inalteradas nesta quarta-feira () suas taxas de juros e prometeu que continuarão assim por um "período considerável". O Banco Central americano também melhorou sua previsão de crescimento para 2014 e estimou uma queda no desemprego para esse ano e para 2015.
O Fed anunciou que será "paciente" antes de iniciar uma primeira elevação das taxas de juros, mas continua acompanhando de perto a evolução da inflação. De 2008 até o momento, as taxas de juros estão situadas entre 0% e 0,25% ao ano. A presidente do Fed, Janet Yellen, afirmou em coletiva de imprensa que uma elevação das taxas é "pouco provável" nas próximas duas reuniões do FOMC.
O Fed afirmou que o PIB do país crescerá de 2,3% a 2,4% no último trimestre em relação ao mesmo período de 2014, acima da previsão de setembro, segundo novas projeções trimestrais divulgadas pelo Comitê de Política Monetária (FOMC).
Um mês depois de encerrar suas injeções maciças de liquidez, o Fed mantém a outra parte de seu programa de estímulo monetário à economia implementado para enfrentar a crise que estourou em 2008. Muitos investidores esperavam que o Fed fosse abandonar esta referência temporal, dizendo que está pronto para começar a subir as taxas antes da data prevista pelos mercados, em meados de 2015.
Essa situação e o pedido de paciência provocaram um racha no FOMC e três de seus membros votaram contra a decisão adotada nesta quarta-feira (17/12). O presidente da filial do Fed em Dallas, Richar Fisher, disse que a melhoria da conjuntura econômica nos EUA deveria levar à antecipação da data para a primeira elevação das taxas.
Sua opinião foi compartilhada por Charles Plosser, presidente do Fed da Filadélfia, que afirmou que a mudança de data não é "compatível" com a melhora da situação econômica.
Temores sobre a inflação
O Fed destacou contratações "sólidas e uma taxa de desemprego menor". Em novembro, o país gerou o maior número de empregos criados em quase três anos e a taxa de desemprego permaneceu inalterada, em 5,8%, o menor percentual em seis anos.
"A atividade econômica avança em um ritmo moderado", destacou o FOMC, em um momento em que o PIB cresceu 3,9% no terceiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado. No entanto, os gastos dos consumidores, motor do crescimento americano, avançam a um "ritmo moderado" e a reativação do setor imobiliário é "lenta".
Com a queda dos preços do petróleo no mundo, o Fed se mostrou preocupado pela baixa inflação nos EUA, que atualmente fica ao redor de 1,4% ao ano, longe de sua meta de 2%.
Segundo o Fed, os preços ao consumo nos EUA subirão de 1,2% a 1,3% em 2014 em comparação aos 1,5% a 1,7% estimados até agora. E em 2015 a inflação deve cair até 1%. A estimativa anterior era de um recuo de 1,6%.