Jornal Correio Braziliense

Economia

Petrobras pode ter que desembolsar R$ 40 bilhões se for condenada pelos EUA

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu a troca da diretoria da empresa devido às denúncias de corrupção da Operação Lava-Jato

Sob o peso de ações judiciais abertas contra a empresa nos Estados Unidos, as ações da Petrobras tiveram mais um dia de queda na Bolsa de Valores de São Paulo (BM) ontem, mesmo já tendo atingido nos últimos dias valores que muitos analistas acreditavam ser o fundo do poço. ;Pelo jeito esse poço tem um fundo falso;, comentou com bom humor o economista Felipe Chad, da DXI Planejamento Financeiro.

O papel ordinário, com direito a voto, caiu 1,58% e fechou em R$ 10,55. A ação preferencial, que tem prioridade na distribuição de dividendos, encerrou em baixa de 1,21%, a R$ 11,36. Isso contribuiu para o recuo do Ibovespa, o principal índice da Bolsa, que terminou o dia com desvalorização de 0,16%.

Os dois papéis da Petrobras tiveram queda acumulada, respectivamente, de 7,86% e de 7,34% na segunda e na terça-feira. Na semana passada, a Petrobras perdeu para o Bradesco o terceiro lugar no ranking das maiores companhias da Bovespa. ;Se houver alguma recuperação, será a curto prazo. Não vejo perspectivas boas a médio ou a longo prazo;, avaliou o analistas de investimentos Clodoir Vieira. Chad vai na mesma linha: ;O valor atual é mais baixo desde 2005. E pode cair ainda mais.;

Ontem, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu a troca da diretoria da empresa devido às denúncias de corrupção da Operação Lava-Jato. O fato não teve grande impacto nas negociações da bolsa, segundo Chad, porque a hipótese é considerada remota. ;Caso se torne provável, aí sim será um problema, porque não se sabe que tipo de intervenção haverá e o que mudará na companhia.;



O fator que mais contribuiu para a queda, ontem, foi a ação judicial iniciada na segunda-feira contra a empresa em um tribunal de Nova York pelo escritório Wolf Popper. A alegação é de que a Petrobras ;fez falsas e enganosas declarações, deturpando fatos e escondendo a cultura de corrupção na companhia;. Em 2010, a estatal fez o maior lançamento de ações do mundo, de US$ 70 bilhões (R$ 120 bilhões na época).

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