Jornal Correio Braziliense

Economia

Persistência da inflação deve levar Copom a aumentar a Selic

Mercado se divide sobre a intensidade da alta



Pesquisa realizada com 49 economistas mostra que a maioria, 29 especialistas, prevê que o BC subirá o juro em 0,25 ponto percentual, para 11,50% ao ano. Outros 20 analistas apostam que a autoridade monetária optará por uma alta mais agressiva, de 0,50 ponto percentual, como parte dos esforços da nova equipe econômica para recuperar a confiança do mercado.

[SAIBAMAIS]O cenário da economia brasileira é bastante delicado. O Produto Interno Bruto (PIB) está praticamente estagnado, com um crescimento de pífio 0,1% no terceiro trimestre do ano, depois de dois períodos em queda que configuraram uma recessão técnica. Mesmo com a fraca atividade econômica, a carestia não deu tréguas e o Banco Central corre o risco de descumprir a meta de inflação pela primeira vez em uma década. O objetivo central, de 4,5% ao ano, nunca foi alcançado no governo de Dilma Rousseff, que, agora, pode até não conseguir fechar o ano abaixo do limite permitido, de 6,5%. Até outubro, o índice acumula variação anual de 6,59%.

Para os economistas, o que pesa a favor de uma alta mais branda é a expectativa de maior controle dos gastos do governo. O arrocho fiscal em estudo pelo novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reduziria a pressão sobre a inflação. ;Esse ajuste vai ser um pouco mais expressivo, pelo que se deduz dos nomes da equipe que foi anunciada. O Copom pode ser um pouco mais gradual no aperto;, disse Alessandra Ribeiro, economista e sócia da consultoria Tendências.


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