Rio de Janeiro - Enquanto a maioria das famílias e empresários botaram o pé no freio, o governo fez justamente o contrário e turbinou gastos às vésperas da campanha eleitoral. Dados divulgados esta sexta-feira (28/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o consumo do setor público cresceu 1,3% entre julho e setembro, justamente durante o período de campanha eleitoral.
[SAIBAMAIS]Como o Correio antecipou na edição desta sexta-feira, boa parte do desempenho positivo no terceiro trimestre foi puxado pelo consumo do governo. Não à toa, o Tesouro Nacional registrou rombo no caixa por cinco meses seguidos, até setembro. No ano, a alta foi de 2%. No acumulado nos últimos quatro trimestres, a elevação já é de 2,1%.
Ao turbinar gastos, tudo o que o governo conseguiu, em vez de estimular a economia, foi encolher o saldo nominal das contas públicas, contabilidade em que são listadas todas as despesas e receitas do setor público, inclusive a conta de juros, que não entra, por exemplo, no superavit primário ; que também desabou no ano.
Por esse parâmetro mais abrangente, geralmente preterido pelo governo, o Brasil detém um deficit cerca de três vezes superior à média dos países emergentes, conforme dados recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Pior do que isso. Se essa sangria não estancar, conforme prometeu tanto o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, quanto o futuro ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, o país poderá perder o selo de grau de investimento já nos primeiros meses de 2015.
O alerta já foi feito por uma das três maiores as agências de classificação de risco do mundo, que passaram a analisar as contas públicas do Brasil com lupa diante de tantos maus resultados apresentados.