Jornal Correio Braziliense

Economia

Receita coleta menos impostos e deve terminar ano sem crescimento

Com a atividade em ritmo lento, o recolhimento de impostos federais neste ano não terá aumento real na comparação com 2013. Em outubro, nem o Refis, que incentivou devedores a colocar os débitos tributários em dia, impediu que houvesse recuo de 1,33%

A aposta do governo no Refis para incrementar a arrecadação e ajudar a melhorar as contas públicas não saiu como o esperado. Mesmo com a adesão dos devedores ao parcelamento de tributos, a Receita Federal registrou diminuição no resultado da coleta de impostos em outubro. O governo recolheu R$ 106,2 bilhões, queda real (já descontada a inflação) de 1,33% na comparação com o mesmo período de 2013. Entre janeiro e outubro, entraram nos cofres públicos R$ 968,7 bilhões, 0,45% a mais do que no ano passado. Diante do resultado, o Fisco já admitiu que deve terminar o ano no zero a zero, com crescimento real nulo.

;Tendo em vista o novo relatório de receitas e despesas, nossa previsão hoje é de que a variação real de arrecadação tributária em 2014 ficará perto de zero, um pouco mais ou um pouco menos. Ou seja, um valor igual ao apurado no ano passado mais a correção pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo);, disse o secretário adjunto da Receita, Luiz Fernando Teixeira Nunes. No início do ano, o órgão previa um crescimento de 3,5%, mas já o havia redimensionado para 2% e, depois, para apenas 1%.

A meta de arrecadação não foi o único dos objetivos revisados para o ano. O governo luta no Congresso Nacional para obter aprovação a uma nova meta de superavit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública). A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) também encolhe desde o início do ano. Por isso, para os especialistas, a nova previsão do Fisco está mais realista.

;As desonerações aumentaram neste ano, o PIB está crescendo muito pouco, a atividade econômica vai mal. Isso significa menor arrecadação. Não tem milagre. Ainda acho que pode haver queda neste ano;, analisou o professor José Carlos Oliveira, especialista em contas públicas da Universidade de Brasília (UnB).

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