O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, atribuiu o déficit de US$ 8,131 bilhões nas transações correntes ; o maior já ocorrido para meses de outubro ; principalmente ao desempenho da balança comercial. Ele informou que, para o mês de novembro, a projeção é de saldo negativo de US$ 8 bilhões nas transações correntes.
[SAIBAMAIS]As transações correntes representam o resultado das compras e vendas de mercadorias e serviços entre o Brasil e o resto do mundo. A balança comercial é uma das variáveis que influi sobre o saldo. Maciel destacou que, embora as exportações brasileiras continuem iguais em volume, os preços caíram, o que contribuiu para saldo deficitário em US$ 1,177 bilhão em outubro e negativo em US$ 1,873 bilhão no ano.
;A queda [nos preços das exportações], de janeiro a outubro, é 4,2%. O carro-chefe do processo é o minério de ferro. O preço recuou 20% [no período]. A soja teve queda de 5%. A celulose, de 8%, e o milho, de 23%;, enumerou Maciel. Ele ressaltou que as importações também estão recuando, tanto em preço quanto em quantidade, o que resulta em corrente de comércio menor. Isso influi, por exemplo, nas contas de transportes.
Apesar do déficit mensal recorde, Maciel vê uma situação ;confortável; nas transações correntes, já que a maior parte do financiamento para cobrir o saldo negativo segue vindo do Investimento Externo Direto (IED). Direcionada ao setor produtivo, essa é considerada a melhor forma de financiamento, por ser de longo prazo. Em outubro, o IED somou US$ 4,979 bilhões, superando a previsão de que ficaria em US$ 4 bilhões. Para novembro, a projeção é que atinja US$ 4 bilhões. Para o final do ano, o BC mantém, até o momento, previsão de déficit das transações correntes de US$ 80 bilhões. No entanto, a estimativa pode ser revista em dezembro.