A futura equipe econômica da presidente Dilma Rousseff, liderada por Joaquim Levy à frente do Ministério da Fazenda, não terá vida fácil. Nos últimos quatro anos, o país conviveu com uma combinação perversa ; baixo crescimento e inflação alta ;, o que resultou em uma onda de desconfiança que há mais de uma década não se via no país. Apesar das promessas do governo, a retomada do Produto Interno Bruto (PIB) a partir da segunda metade desde ano não aconteceu. E quando se olha para a frente, o quadro é nebuloso.
[SAIBAMAIS]Nos últimos quatro trimestres, o Brasil encolheu em três. Na próxima sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará o resultado do PIB de julho a setembro e a aposta dominante entre os especialistas é de avanço entre 0,1% e 0,2%, resultado insuficiente para assegurar que a economia saiu do atoleiro. Se quiser realmente deixar a era do Pibinhos para trás, Levy precisará de muito mais do que um bom discurso. Terá de convencer Dilma a assumir os erros que minaram a atividade. E, sobretudo, mudar os rumos da política econômica.
A boa notícia é que, mesmo minguado, o PIB do terceiro trimestre mostrará que o Brasil saiu da recessão. Nada mais que isso. No geral, a situação da economia é desoladora. A indústria encolhe há cinco trimestres consecutivos e demite sem parar. O desemprego, por sinal, voltou ao radar dos analistas depois de outubro registrar o fechamento de mais de 30 mil vagas no mercado de trabalho em geral. Ao mesmo tempo, a inflação se mantém resistente e o crédito rareou, dificultando a expansão do consumo das famílias, que vinha sendo, até então, o único pilar de sustentação do crescimento econômico.
;O consumo das famílias não tem mais o fôlego de antes;, diz o economista Luiz Rabi, da Serasa Experian, que prevê recuo de 0,1% no consumo das famílias de julho a setembro. Se confirmada, será a segunda queda em três trimestres. ;Resumindo: no ano, o crescimento do consumo das famílias é zero. Significa que estamos estagnados;, reforça. Para ele, o modelo de crescimento baseado apenas na demanda dos lares se esgotou. A hora é de estimular o crescimento puxado pelos investimentos que elevem a produtividade, sobretudo na indústria.
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