O mercado financeiro começou em polvorosa esta sexta-feira (14/11), após as informações, logo no início da manhã, de novas prisões e mandados de busca e apreensão em cinco estados e no Distrito Federal por meio da Operação Lava Jato, comandada pela Polícia Federal, que investiga esquema bilionário de desvio de dinheiro da Petrobras.
Diante das tensões, a Bolsa de Valores de São Paulo (BM), em atitute rara, suspendeu temporariamente a venda de ações da estatal, para que os investidores possam avaliar as condições dos negócios. Ontem, a companhia havia comunicado ao mercado que não apresentaria o balanço do terceiro trimestre, esperado para hoje. A empresa de auditoria PwC se recusou a assinar os demonstrativos financeiros, que podem estar contaminados pela corrupção e superfaturamento de obras.
A cúpula da BM se reuniu para discutir como será o tratamento para as ações da Petrobras. Em coletiva, o diretor-presidente Edemir Pinto disse que as denúncias de corrupção da empresa podem ter reflexos na imagem do mercado de capitais brasileiro.
Mais cedo, na Bolsa de Frankfurt, os papéis da Petrobras acumulavam perdas de mais 7,5%. No Brasil, por volta das 11h, o Ibovespa, principal indicador da bolsa, registrava queda de 1,49%. O dólar batia a casa dos R$ 2,62. No pregão de ontem, a moeda norte-americana fechou com a maior cotação desde 2005.
Ao virar sexagenária, no ano passado, a Petrobras perdeu a majestade. O aparelhamento político tomou conta de vez da estatal toda-poderosa e a empurrou para uma lama de denúncias de corrupção que se espalhou como vazamento de óleo sobre o mar. Desde 2007, ano do anúncio do pré-sal, a companhia perdeu R$ 247,4 bilhões em valor de mercado, além de um prestígio incalculável.