Nova York- A General Motors (GM) sofreu novas acusações nesta segunda-feira (10/11) que indicam a demora da empresa em informar as autoridades americanas sobre os defeitos técnicos em alguns de seus veículos, o que provocou milhões de "recalls" em um caso relacionado a 32 mortes.
Quando acreditava ter conseguido deixar para trás o caso que abala sua imagem desde fevereiro, a GM se vê, novamente, obrigada a se defender. Uma troca de mensagens indica que a companhia demorou dois meses para informar as autoridades sobre um pedido urgente de peças para reparar o defeito no arranque dos veículos, origem do problema.
Nesta segunda-feira, a empresa afirmou que melhorou seus procedimentos de decisão. Segundo "The Wall Street Journal", em matéria no último domingo, mensagens entre a GM e seu fornecedor Delphi Automotive mostram que, em 18 de dezembro de 2013, a empresa fez um pedido "urgente" de 500 mil peças, um dia depois de uma reunião de alto escalão da GM. Nela, os executivos foram informados sobre o problema, mas decidiram adiar o "recall".
A GM anunciou somente em fevereiro a revisão de aproximadamente 2,6 milhões de veículos e, desde então, é alvo de investigações que buscam determinar por que demorou tanto a atuar, quando o defeito mecânico havia sido detectado há 10 anos. Em um e-mail enviado na segunda-feira à AFP, a GM não responde diretamente às críticas do jornal.
"Estas mensagens são a prova adicional de que nosso sistema deve ser reformado, e já fizemos isso. Reorganizamos inteiramente nosso procedimento de investigação e de tomada de decisão em matéria de segurança", afirmou o porta-voz da empresa Alan Adler.
"Também aumentamos o número de inspetores para superar o mais rápido possível os problemas e tomar as decisões com base em dados mais confiáveis", acrescentou Adler. Uma investigação interna da GM concluiu que houve problemas nesse caso, e cerca de 15 pessoas foram demitidas.
O grupo enfrenta diversos processos nos Estados Unidos. O primeiro julgamento está previsto para janeiro de 2016. As mensagens, que foram enviadas à Justiça pela Delphi, alimentam o argumento dos processos, que acusam a GM de ter adiado os "recalls" o máximo possível. A GM estabeleceu um fundo de indenização para os familiares das vítimas, que prevê o pagamento de US$ 1 milhão aos que perderam um ente em um acidente relacionado ao defeito em seus veículos.