A diretoria da estatal vinha pressionando o governo para ser autorizada a praticar uma elevação dos preços dos combustíveis para reequilibrar suas contas. De janeiro a setembro deste ano, a companhia amargou prejuízo de R$ 60 bilhões por conta da defasagem de 17% decorrente da diferença entre o que a petroleira estava pagando pelo combustível no mercado internacional e o preço a que estava vendendo no mercado doméstico.
[SAIBAMAIS]Apenas nas últimas semanas, com a forte queda no valor do petróleo no mercado externo e a recente valorização cambial, a estatal passou a importar e vender o combustível sem prejuízo. Porém, o rombo no caixa é grande. A Petrobras é a petrolífera mais endividada do mundo, com dívidas que passam de R$ 300 bilhões. Tanto que a presidente da companhia, Graça Foster, chegou a sugerir um percentual de reajuste de 8%, bem acima do concedido ontem pelo governo, que está segurando o índice por causa do impacto do reajuste na inflação.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatatística, a gasolina compromete 3,74% do orçamento familiar. Pelos cálculos do economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV), isso significa que cada 1% de aumento na gasolina impactará em 0,04 ponto percentual o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com um reajuste de 3%, o impacto será de 0,12 ponto percentual. Já o óleo diesel compromete fração bem menor, conforme o IBGE, de 0,14%. Com esse peso, para cada 1% de alta, o impacto será de 0,001 ponto percentual. Com aumento de 5%, o índice subirá 0,005 ponto percentual. O IPCA será divulgado hoje e o mercado espera uma inflação de 6,63% em 12 meses, portanto acima do teto da meta estipulada pelo Banco Central, que é de 6,5%.
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