O pagamento do Refis levou a Receita Federal a arrecadar o maior valor da série histórica para o mês de setembro. No total, o governo arrecadou R$ 90,7 bilhões, 0,92% a mais do que no ano passado. No período acumulado entre janeiro e setembro, a arrecadação foi de R$ 862,5 bilhões, 0,67% a mais do que em 2013.
Não fosse o pagamento por parte das empresas, dos débitos tributários, parcelados por meio do Refis da Copa a partir de agosto, contudo, o governo teria apresentado uma queda real de 0,33% nos nove primeiros meses do ano. Mesmo com o resultado recorde, contudo, o governo já sinalizou que o crescimento previsto no início do ano, de 1% em comparação com o ano passado, não deverá se realizar.
Entre agosto e setembro, foram pagos R$ 8,7 bilhões de Refis, 55% relativos ao pagamento à vista e 44% ao parcelamento. Influenciaram negativamente o resultado a queda nos indicadores macroeconômicos e, em consequência disso, a redução na arrecadação de tributos pagos sobre o rendimento das empresas, Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), entre janeiro e fevereiro.
A produção industrial caiu em agosto, em relação ao ano passado, 5,36%. As vendas de bens e serviços recuaram 6,8%. A queda na produção de bebidas, por exemplo, levou o governo a arrecadar 25,3% a menos no mês passado.
As desonerações também influenciam negativamente o total arrecadado pela Receita. Só em setembro, o Fisco deixou de arrecadar R$ 8,4 bilhões em razão dos em razão das desonerações, a maior parte relativo à folha de salário, responsável por uma renúncia de R$ 1,6 bilhão. Entre janeiro e setembro, o total renunciado foi de R$ 75,7 bilhões.