Jornal Correio Braziliense

Economia

Tractebel discorda sobre mudança em preço do mercado de curto prazo

A Aneel colocou em audiência pública o limite máximo de R$ 388,04 o megawatt/hora (MWh), menos da metade do atual, fixado em R$ 822,83 o MWh


A Tractebel, maior geradora privada de energia do Brasil, não concorda com a mudança proposta pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de reduzir o preço teto do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), valor pago pela energia no mercado de curto prazo. O órgão regulador colocou em audiência pública o limite máximo de R$ 388,04 o megawatt/hora (MWh), menos da metade do atual, fixado em R$ 822,83 o MWh.

O presidente da Tractebel, Manoel Zaroni, participou nesta terça-feira de teleconferência com analistas de mercado para apresentação dos resultados do terceiro trimestre da companhia e criticou a proposta. O executivo disse que a medida dá um sinal errado para o mercado, uma vez que a energia está escassa e a Aneel está diminuindo o preço. ;Além disso, temos restrições aos quesitos técnicos que nortearam a térmica de referência;, afirmou. Para estipular o novo valor, a Aneel trocou a térmica referencial, da mais cara do mercado, para uma outra que não tem custo de geração tão alto.

Zaroni também sugeriu nova regra para o rateio do Encargo de Serviço do Sistema (ESS) e classificou a atual proposta como ;perversa e inconsistente", ressaltando que a Tractebel é totalmente contra. ;Imagina que eu sou um cara verde, fiz um parque eólico. Se naquele mês não consegui produzir a energia de referência, vou ter que pagar para produzir térmica a óleo? Não tem o menor sentido. Ou imagine se só um agente ficar exposto, ele vai pagar a conta total de todas as térmicas?;, exemplificou.

Eduardo Satamini, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Tractebel, ressaltou que a resolução colocada em audiência pública pela Aneel tem fragilidades legais. ;Temos sólidos argumentos para combater legalmente e ter a tranquilidade de que esse custo não será nos cobrado no futuro;, garantiu.

;Esperamos conseguir resolver a contento esse problema da mudança da regra do PLD e principalmente da mudança da regra de pagamento do ESS;, disse Zaroni, que defendeu maior abertura para discutir as questões do setor.