Apesar das turbulências na economia nos últimos meses, a Dívida Pública Federal (DPF) encerrará o ano sob controle, disse nesta segunda-feira (27/10) o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido. Segundo ele, todos os parâmetros da dívida pública ; como estoque, composição e prazo médio ; ficarão dentro das metas estabelecidas pela equipe econômica.
;A Dívida Pública Federal vai atingir todos os objetivos estabelecidos no início do ano, no Plano Anual de Financiamento;, declarou Garrido ao explicar os números. Em setembro, a DPF ficou praticamente estável, atingindo R$ 2,184 trilhões. O valor está próximo do limite inferior da banda, fixada entre R$ 2,17 trilhões e R$ 2,32 trilhões.
O coordenador não informou se o Tesouro Nacional prevê se a dívida vai encerrar o ano mais próxima do piso ou do teto do intervalo. No quarto trimestre, as emissões de títulos devem ser parcialmente compensadas pelo vencimento de R$ 81,2 bilhões em papéis prefixados previsto para outubro.
No mês passado, apenas o vencimento de títulos em 12 meses está fora dos intervalos estabelecidos no Plano Anual de Financiamento (PAF). Em setembro, 26,21% da DPF estava previsto para vencer nos próximos 12 meses, um pouco acima do limite superior da banda, de 25%. Garrido, no entanto, assegurou que se trata apenas de um efeito estatístico. Segundo ele, até o fim do ano, as emissões de títulos de prazo mais longo diminuirão o percentual a vencer em 12 meses.
De acordo com o coordenador, o dia seguinte ao segundo turno das eleições registrou volatilidade no mercado do Tesouro Direto (programa de venda de títulos públicos a pequenos investidores), com queda de preço e aumento dos juros dos papéis. Ele, no entanto, disse que a oscilação estava dentro do previsto e que a interrupção das vendas por algumas horas foi programada.
Segundo Garrido, o procedimento ocorre, por exemplo, no dia seguinte às reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). De acordo com ele, a suspensão foi programada, das 17h de ontem (26) até as 11h de hoje. ;Toda vez que existe um fato que influencia o mercado, o Tesouro Nacional suspende as vendas até que os preços se estabilizem nos novos níveis para proteger o investidor dos efeitos das variações. É um procedimento corriqueiro;, explicou.
Por meio da dívida pública, o governo pega emprestado dos investidores recursos para honrar compromissos. Em troca, compromete-se a devolver o dinheiro com alguma correção, que pode ser definida com antecedência, no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa Selic, da inflação ou do câmbio.