O Brasil está cada vez mais vulnerável a choques externos, o que poderá colocar em xeque a capacidade do país de atrair investimentos e suportar a instabilidade que o mundo enfrentará a partir de 2015, quando os Estados Unidos passarem a subir os juros. Dados do Banco Central (BC) divulgados ontem mostram o tamanho do problema. Em 12 meses até setembro, o deficit nas transações correntes (conta que inclui a balança comercial, os gastos de brasileiros lá fora, as remessas de lucros de multinacionais e as transferências de rendas) chegou a US$ 83,6 bilhões, o pior resultado da história.
[SAIBAMAIS]Ainda mais preocupante do que o número em si é a tendência desfavorável. Em setembro, as trocas do país com o resto do mundo ficaram no vermelho em US$ 7,9 bilhões, o patamar mais elevado para o mês desde 1990. Um ano antes, o saldo negativo era de apenas US$ 2,7 bilhões ; uma diferença de quase 200%. Os observadores mais pessimistas não previam um rombo tão grande. Na média, os economistas de bancos e corretoras apontavam para perda de US$ 7 bilhões. Já o BC estimava deficit menor, de US$ 6,7 bilhões.
Os resultados reforçam o quadro de fragilidade. Nem mesmo a estagnação da economia, situação que, em tese, levaria uma queda nas importações e a um maior equilíbrio, tem conseguido reduzir o rombo nas contas externas. No fim de setembro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou relatório em que apontou o Brasil como a nação emergente com maior deficit nas transações correntes.
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