O próximo presidente não poderá se escorar nas reservas internacionais e ficar assistindo às contas externas deteriorarem. O rombo no fluxo de dinheiro com o exterior será uma das heranças malditas deixadas pelo atual governo. Caso a situação não seja revertida, o país se tornará ainda mais vulnerável a crises financeiras sobre as quais não tem controle. A projeção do Banco Central (BC) para o deficit nas transações correntes deste ano é de US$ 80 bilhões ; o terceiro maior em termos absolutos, menor apenas que o dos Estados Unidos e do Reino Unido. Quer dizer que as despesas andam superando e muito as receitas nas operações da balança comercial, sobretudo, e de outras transações com o exterior.
Não há dúvidas de que o próximo mandato encontrará nessa área desafios muito maiores do que Dilma recebeu. Sobram indicadores para reforçar a preocupação do próximo presidente. Em ascensão, a soma do que governo, bancos e empresas devem no exterior comparada ao Produto Interno Bruto (PIB) avançou de 12% para 14,8% nos últimos quatro anos. Além disso, com o enfraquecimento da balança, o total de recursos usados para pagar juros da dívida externa na comparação com o volume exportado saltou 10 pontos percentuais na era Dilma. Em março, essa proporção chegou a 33%.
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