Com a velocidade atual de investimentos nas rodovias brasileiras, o país só conseguirá resolver os gargalos de transporte em 30 anos. Essa é a constatação da Pesquisa Rodovias 2014 da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada ontem em Brasília. Pela estimativa da entidade, seriam necessários R$ 293 bilhões para pavimentar rodovias precárias, duplicar estradas saturadas e construir novas ligações. Contudo, o governo investiu apenas R$ 8,3 bilhões em 2013 e R$ 6,5 bilhões até 30 de agosto deste ano. ;Com essa média anual, precisaremos de mais de três décadas;, afirmou o presidente da CNT, Clésio Andrade.
Além de insuficiente, o volume de recursos destinados ao transporte não chega a ser efetivamente pago pelo governo. O valor autorizado para 2014 foi de R$ 11,93 bilhões e somente 54,8% foi pago até agosto. ;O governo tem problemas de gestão, excesso de burocracia e incompetência;, destacou Andrade. Ele alertou que o custo com acidentes provocados pela precariedade das rodovias é mais do que o dobro do investimento do governo. ;No ano passado, ocorreram 186 mil acidentes nas estradas brasileiras, com 8,5 mil mortos. Segundo uma metodologia do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), isso resultou em custos de R$ 17,7 bilhões;, sublinhou.
Deficiências
Dos 1,7 milhão de quilômetros da malha rodoviária brasileira, apenas 203,6 mil, ou 12%, são pavimentados. A pesquisa da CNT avaliou 98,4 mil quilômetros, que correspondem a toda a malha federal pavimentada e aos principais trechos estaduais. Praticamente a metade (49,9%) do pavimento das estradas brasileiras apresenta algum tipo de deficiência, classificada como regular, ruim ou péssima, por apresentar buracos, trincas, afundamentos, ondulações, entre outros problemas. Em relação à superfície do pavimento, 44,7% da extensão pesquisada está desgastada.
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