Mais de R$ 500 bilhões em impostos devem ser sonegados até o fim do ano. O valor é 20,45% superior aos tributos não pagos em 2013, conforme estimativa do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz). Nesta semana, o seu Sonegômetro atingirá a marca de R$ 400 bilhões, mais do dobro do Produto Interno Bruto (PIB) do Distrito Federal, que foi de R$ 164 bilhões em 2011, registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O elevado valor deve-se, segundo o Sinprofaz à complexidade do sistema tributário e às brechas aos grandes sonegadores. O presidente do sindicato, Heráclio Carmargo, calcula que 80% dos impostos devidos e não pagos vêm de milhares de devedores de alta renda e grandes empresas. ;São pessoas físicas e jurídicas que têm mecanismos para burlar o pagamento, como a lavagem de dinheiro. O resto é dividido entre milhões de contribuintes que, eventualmente, não cumprem toda a legislação;, explicou.
Na opinião de Camargo, o governo se acostumou com a sonegação ao longo dos anos. Mesmo sabendo que ela vai ocorrer, o Fisco conta com a tributação embutida na folha de pagamento, nas contribuições sociais e no consumo de bens e serviços. ;É lamentável porque onera muito a classe média;, reclamou. Ele cobra a estruturação da carreira de procurador da Fazenda Nacional e a criação de uma carreira de apoio, além do preenchimento de 300 cargos. ;Cada R$ 1 investido na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) representa R$ 21 retornados aos cofres públicos só na cobrança judicial da dívida ativa na União;, ilustrou.
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