Genebra - A riqueza global cresceu 8,3% em relação ao ano passado, batendo o recorde de 263 trilhões de dólares. A distribuição das riquezas, contudo, está cada vez mais desigual, afirmou um relatório do Credit Suisse nesta terça-feira (14/10).
De acordo com o relatório "Riqueza Global", entre meados de 2013 e de 2014, a riqueza global ficou 20% acima do que era registrado antes da crise financeira e 39% acima do que durante a crise em 2008.
O estudo, que abrange 4,7 bilhões de adultos em 200 países, mostra que a riqueza mais do que duplicou desde o início do milênio, quando era de 117 trilhões de dólares.
Nos próximos cinco anos, estima-se que a riqueza terá um crescimento de mais 40%, chegando a 369 trilhões de dólares, informa o relatório.
Hoje, globalmente, cada adulto tem em média 56 mil dólares, recorde histórico do patrimônio líquido médio. Mas, enquanto o patrimônio líquido médio superou em 7% o pico do período antes da crise, a riqueza média caiu 14% desde 2007, para 3.641 dólares por adulto.
Esse declínio na média indica que a desigualdade, que se manteve estável ou em queda entre 2000 e 2007, está crescendo novamente, aponta o relatório.
"Os resultados indicam que a desigualdade cresce desde 2008, principalmente nas economias em desenvolvimento", disse Markus Stierli, do Credit Suisse Research Institute.
Segundo o estudo, a maior parte do crescimento da riqueza no ano passado se concentrou na América do Norte, que conta com 34,7% da riqueza mundial, enquanto a Europa corresponde a 32,4%. No período analisado, as duas regiões registraram um crescimento de 11%.
Em contraste, a América Latina registrou poucas mudanças, enquanto a China teve um pequeno crescimento, em torno dos 3,5%, e a Índia viu sua riqueza reduzida em 1%.