O nível dos reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por 70% da energia hidrelétrica gerada no Brasil, pode fechar o mês abaixo do registrado em setembro de 2001, quando o país decretou racionamento. A última projeção do Operador Nacional do Sistema (ONS) é de que, em 31 de outubro, os principais lagos do subsistema tenham apenas 19,9% de água armazenada, enquanto no mesmo mês de 2001, ano do apagão, estavam com 21%.
Para agravar o quadro, o consumo era muito menor no período do racionamento. O diretor do Ilumina ; Instituto para o Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético, Roberto Pereira d;Araújo, destacou que, em 2014, a carga do sistema deve chegar a 540 terawatts/hora (TWh), enquanto, em 2001, era de 330 TWh. ;Há um pequeno detalhe não sendo revelado: ter 21,3% de reserva no Sudeste para atender 330 TWh é uma situação bem melhor do que ter 19,9% para atender 540TWh. Portanto, se o critério de 2001 foi estabelecer racionamento naquelas condições, agora, isso já seria mais do que justificável;, analisou.
Considerada apenas a reserva do Sudeste, os 19,9% projetados pelo ONS para o fim do mês correspondem a 12,6% com uma carga quase o dobro maior, conforme o analista. O que não se tinha naquele período era a capacidade de geração térmica que o sistema tem hoje. ;Entretanto, o planejamento que foi feito para as termelétricas era de uso esporádico, em condições emergenciais, porque são muito caras, não na base, como está sendo utilizado atualmente;, ressaltou d;Araújo.
Com apenas 23,28% de armazenamento no Sudeste/Centro-Oeste, três quartos da água do subsistema já foram embora. Com níveis tão baixos, é preciso parar as turbinas em algumas usinas, sob pena de danos nos equipamentos. ;Foi o que já aconteceu em Três Marias e pode começar a ocorrer em outros reservatórios;, alertou o diretor do Ilumina.
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