No dia seguinte ao primeiro turno das eleições, o dólar fechou em forte baixa. O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 2,427, com queda de 1,43% (R$ 0,03) em relação à cotação da última sexta-feira (3). A cotação chegou a abrir o dia em R$ 2,38, mas a moeda norte-americana voltou a superar R$ 2,40 nas horas seguintes, sempre mantendo a queda.
[SAIBAMAIS]O dólar comercial encerrou na menor cotação desde 24 de setembro, quando havia fechado em R$ 2,383 na venda. O dia também foi de forte alta na Bolsa de Valores de São Paulo. O índice Ibovespa iniciou a sessão subindo quase 8%. O ritmo diminuiu nas horas seguintes, mas o indicador chegou ao fim do dia com alta de 4,72%, aos 57.115 pontos, puxada principalmente pelas ações da Petrobras, com alta de 11%, e do Banco do Brasil, mais 13%.
As tensões da corrida eleitoral e a recuperação da economia dos Estados Unidos, que estimula a fuga de dólares de países emergentes como o Brasil, pressionaram o mercado financeiro nas últimas semanas. O governo, no entanto, alega que os fatores externos estão influenciando muito mais a cotação do dólar e da bolsa que a situação interna da política e da economia.
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Semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, atribuiu a instabilidade no mercado financeiro ao quadro internacional. Segundo ele, nas últimas semanas tem havido volatilidade maior por causa da perspectiva de aumento da taxa de juros, a partir de 2015, pelo Federal Reserve - Banco Central norte-americano -, e de turbulências internas em vários países.
Ao comentar o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado na última segunda-feira (29), o diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, disse que a intensidade do repasse da variação da moeda norte-americana para a inflação é bem menor do que há dez anos. Para ele, o baixo crescimento da economia pode conter o efeito da alta do câmbio sobre os preços internos.