Dos 30 sindicatos ligados à Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), 17 já aceitaram a proposta apresentada pela estatal. Três sindicatos optaram pela greve e 10 ainda não realizaram assembleias. Como o regimento da Fentect define em dois terços o quórum mínimo para que um acordo possa ser assinado, se nas assembleias previstas para o próximo dia 23, três dos dez sindicatos restantes aprovarem a proposta, fica afastada a possibilidade de uma greve dos Correios em 2014.
De acordo com o diretor da Fentect, James Magalhães, as negociações têm sido mais fáceis que as do ano passado. ;Acho que o quadro eleitoral tem facilitado mas, verdade seja dita, os últimos quatro anos foram os que trouxeram mais avanços para os trabalhadores da empresa;, disse Magalhães à Agência Brasil. No entanto, acrescenta ele, ;apesar de termos conseguido avanços nas cláusulas sociais, há ainda, na maioria dos trabalhadores, insatisfação com as cláusulas financeiras;.
Apresentadas pela estatal no dia 16 de setembro, as propostas dos Correios preveem reajuste salarial de 6,5%, a ser pago como gratificação de incentivo à produtividade. Nos casos em que o valor do reajuste anual for menor que R$ 200, será aplicado este valor fixo. Esses valores serão incorporados de forma linear ao salário. Está previsto também um reajuste de 6,5% no vale-alimentação, mais acréscimo de três vales por mês.
Outros benefícios propostos incluem: um vale cesta extra a ser entregue no final do ano (R$ 813); pagamento do vale-refeição/alimentação a empregados vítimas de acidente de trabalho e vale-cultura retroativo a janeiro de 2014. Caso as propostas sejam aprovadas nas próximas assembleias sindicais, os valores retroativos serão inseridos já na folha de pagamento de setembro.
Magalhães evitou manifestar qualquer expectativa em relação às assembleias dos dez sindicatos restantes. ;Basta que três deles aprovem a proposta para que a greve seja evitada. Mas não dá para antecipar nada quanto a isso porque respeitamos a autonomia dos sindicatos de trabalhadores que optaram pela greve. Da nossa parte, esperamos que eles nos ajudem a conseguir mais avanços nas cláusulas financeiras;, acrescentou o representante sindical.