A comemorada desaceleração no preço dos alimentos pelo governo não é sentida pelo brasiliense, acostumado às confraternizações e aos churrascos de fim de semana. Do carvão à carne, do gelo às bebidas, eles sentem o peso no bolso. A variação de alguns itens da cesta churrasco soma 31,06% em 12 meses, mais do que o quádruplo da inflação média para o período, de 6,51%.
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Se há um ano, com R$ 100 o gerente administrativo Carlos Alves de Oliveira, 39 anos, pagava todos os ingredientes para receber 10 amigos, hoje, com o mesmo valor, só compra a carne. ;Atualmente, não gasto menos de R$ 130. Aumentou o preço da carne, do frango, da linguiça, da cerveja, de praticamente tudo;, reclamou. Oliveira contou que os encontros mensais que ocorriam duas vezes na chácara da família em Brazlândia foram reduzidos à metade. ;Colocava R$ 50 de gasolina e ia sem preocupações de faltar combustível no tanque. Agora, abasteço com R$ 70 para fazer o mesmo percurso;, acrescentou, reclamando que até para chegar à festa está gastando mais.
Restrição
O motorista Carlos Alberto Silva, 58, desistiu dos churrascos, até mesmo em datas especiais, como seu aniversário. Apesar de pesquisar em vários supermercados antes de comprar qualquer coisa, Silva teve que mudar hábitos: ;Compro carne de segunda e preparo carne moída mesmo. Ou faço o churrasco ou as compras do mês;, lamentou, lembrando que a inflação não atinge só os itens de alimentação, mas toda a sua vida. Silva optou por mudar um pouco os hábitos de consumo. ;Comprava oito caixas de cerveja e hoje levo três. Substituo a cerveja por refrigerante e suco;, disse. E, para não deixar as comemorações de lado, o pão de alho industrializado, adquirido em embalagens fechadas, agora é preparado pela mulher, Cássia Saraiva Silva, 54. ;Sai mais barato comprar os ingredientes e fazer em casa;, explicou.
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