Jornal Correio Braziliense

Economia

Instabilidade nas eleições faz investidores abandonarem títulos do governo

A bolsa caiu ontem 0,81% e completou o sexto dia seguido em baixa, fechando aos 58.198 pontos

O sobe e desce dos mercados em razão do cenário eleitoral está deixando os investidores atônitos. Muitos estão perdendo dinheiro e não sabem qual hora devem entrar ou sair da Bolsa de Valores de São Paulo (BM). Após registrarem sucessivas altas impulsionadas pelo bom desempenho da candidata Marina Silva (PSB) nas pesquisas de intenção de voto, os pregões mudaram de rumo em razão de levantamentos recentes que mostram recuperação da presidente Dilma Rousseff (PT) na corrida pela reeleição.

A bolsa caiu ontem 0,81% e completou o sexto dia seguido em baixa, fechando aos 58.198 pontos. O dólar, por sua vez, encerrou o dia cotado a R$ 2,30, uma alta de 0,22%.
Até mesmo as aplicações em títulos de renda fixa soberanos, os papéis do governo, tidos como seguros, foram afetadas pela incerteza dos investidores. Após a revisão, pela agência de avaliação de risco Moody;s, da perspectiva da nota de crédito do país, muitos estão fugindo desse tipo de aplicação. A empresa norte-americana alterou de ;estável; para ;negativa; a projeção para os papéis. Isso significa uma tendência maior de que a avaliação do país recue e caia no grau especulativo.



Reações

Nas corretoras, os telefones não param de tocar. Investidores ansiosos se mostram interessados em se retirar do mercado. ;A situação não está boa. Muitos clientes estão ligando e pedindo para sair da bolsa, sair da renda fixa soberana;, explicou o sócio-diretor da consultoria DXI, Felipe Chad.
;O mercado estava em alta. Mas, a partir do momento em que Marina parou de crescer e Dilma voltou a liderar em alguns locais, a bolsa retomou a queda, ainda mais com o agravante do comunicado da Moody;s. Na prática, o título público foi rebaixado pela agência, há uma incerteza de que o Brasil possa honrar seus compromissos;, completou. Até o peso dos mercados norte-americanos nos pregões brasileiros se reduziu diante das novidades da arena política.