Jornal Correio Braziliense

Economia

Mesmo com dívida de R$ 46 bi, Oi prepara oferta para levar a TIM

Analistas se surpreendem com a investida e acreditam que a redivisão do mercado com as rivais é o objetivo da iniciativa

Com a menor participação de mercado e o maior endividamento do setor nacional de telecomunicações, a Oi surpreendeu o mercado ao contratar o banco BTG Pactual para assessorar sua oferta para comprar a TIM no Brasil. Especialistas acreditam que, sem caixa e com uma dívida líquida de R$ 46 bilhões, a Oi deve se unir à Claro, da mexicana América Móvil, e à Vivo, da espanhola Telefónica, na aquisição, com objetivo de fatiar a TIM e concentrar o mercado em só três grandes operadoras.

O movimento ocorre às vésperas do leilão de telefonia de quarta geração (4G), marcado para setembro. As companhias do setor precisarão de caixa para conquistar as respectivas licenças. ;Difícil dissociar todas essas últimas ofertas do leilão que se aproxima. Telefónica e Telecom Italia disputam a GVT (da francesa Vivendi). A Oi decidiu ganhar tempo para resolver a questão com a Portugal Telecom (PT) e buscou também se capitalizar no mercado;, avaliou o especialista Dane Avanzi.



Se era isso, conseguiu. As ações das duas companhias foram o destaque do pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo (BM), que fechou com alta de 1,89%. Os papéis da TIM Participações se valorizaram 10,05%, a maior alta do dia, e os da Oi, 6,72%. Mas a recuperação é pequena para a Oi, que, além do alto endividamento, levou um baque quando a fusão com a PT esbarrou no calote que o grupo português levou ao emprestar 1 bilhão de euros à RioForte.

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