Apesar da forte desaceleração da economia e das incertezas inerentes de um ano eleitoral, as maiores empresas do país, todas com ações negociadas em bolsa de valores, ampliaram seus ganhos no primeiro semestre do ano. Conforme levantamento realizado pelo Correio, o lucro líquido de 51 companhias, excluindo os bancos, que já divulgaram seus balanços, somou R$ 23,3 bilhões entre janeiro e junho, resultado 18,5% maior que os R$ 19,7 bilhões computados no mesmo período de 2013.
Na avaliação dos especialistas, três fatores foram preponderantes para impulsionar a rentabilidade das empresas, num ambiente nada favorável aos negócios: aumento de preços, cortes de custos e ganhos com títulos públicos, já que, com dinheiro em caixa, pois suspenderam os investimentos, as empresas preferiram financiar a dívida pública.
Das 51 companhias, quase dois terços delas apontaram aumento no lucro líquido, com destaque para varejistas, telefônicas, administradoras de shoppings, de cartões e de programas de fidelidade. Na outra ponta, entre as 14 empresas que mostraram recuo nos ganhos, chama a atenção o desempenho de siderúrgicas e metalúrgicas. Quatro tiveram prejuízo, nos setores imobiliário, de energia, logística e mineração.
Para os economistas, os resultados não devem ser vistos com euforia. O ideal seria que as empresas estivessem investindo, por confiarem na política econômica do governo. Mas o quadro é de paralisia, cada uma tentando manter suas fatias de mercado. ;As empresas podem até estar mostrando bons resultados, mas não se pode dizer que elas estão crescendo;, disse o economista Renê Garcia Júnior, ex-diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão responsável por regular e fiscalizar o mercado de capitais.
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