Buenos Aires - O ex-ministro da Economia Roberto Lavagna, que planejou a reestruturação da dívida em 2005, negou que a Argentina esteja em novo default e afirma que o país vive uma situação "sem precedentes em nível mundial", apesar do que apontam as agências classificadoras de risco.
Duas das três maiores agências, Standard & Poor;s (S) e Fitch, classificaram a dívida da Argentina como "default seletivo", depois que o juiz de Nova York Thomas Griesa bloqueou os fundos destinados a pagar aos credores que aceitaram as renegociações de 2005 e 2010 (pela moratória de 2001) até que seja concluído o pagamento de 1,33 bilhão de dólares aos fundos especulativos que não aceitaram renegociar a dívida.
Lavagna, que foi ministro do presidente Néstor Kirchner, falecido em 2010, hoje é opositor ao governo da sucessora e viúva, Cristina Kirchner.
[SAIBAMAIS]Haverá um dano menor se essa situação se estender até janeiro de 2015, quando há a possibilidade de uma negociação distinta, porque vence uma das cláusulas de 10 anos que estava no contrato da renegociação original.
Cumprir a decisão de Griesa significa o fim dos problemas da dívida da Argentina?
Não, porque depois de 2005 e de 2010 ainda restaram 7% dos credores que não renegociaram a dívida. Os litigantes representam cerca de 1% desse total que não reestruturou a dívida, de modo que ainda há outra parcela (de credores) com a qual em algum momento se deverá estabelecer algum tipo de negociação.