O aumento nas exportações de petróleo bruto, que contribuíram para o superávit de US$ 1,575 bilhão da balança comercial em julho, teve relação com oportunidades comerciais e crescimento da produção brasileira, disse hoje (1;) o diretor do Departamento de Estatísticas e Apoio às Exportações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Roberto Dantas. As vendas do produto cresceram 276% ante o mesmo mês do ano passado, atingindo US$ 2,6 bilhões.
Dantas citou dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), segundo os quais, em maio deste ano, a produção cresceu mais de 9% sobre o mesmo período de 2013 e quase 8% no acumulado do ano. O diretor ressaltou que há, ainda, uma tendência de alta no preço anteriormente em queda. ;As empresas vêm detectando oportunidades e veem qual o momento de fazer embarques;, disse, destacando que ;não é apenas o principal exportador [Petrobras];, mas que ;outras empresas também aumentaram essa produção [de petróleo bruto];.
Apesar da alta nas vendas, a conta-petróleo continua deficitária no acumulado do ano. O saldo negativo recuou de US$ 15,4 bilhões nos sete primeiros meses do ano passado para US$ 9,9 bilhões em igual período de 2014. Segundo Dantas, a conta pode alcançar mais equilíbrio, mas continuará no vermelho. ;A nossa produção não vai ser autossuficiente a curto e médio prazo. [O petróleo que o Brasil importa] é um petróleo leve. O nosso [produzido localmente] é pesado, destinado mais a óleos combustíveis que à produção de gasolina;, disse, ressaltando que as compras serão em menor volume do que em 2013, quando houve parada para manutenção de plataformas.
O diretor disse que o resultado da balança em julho não foi melhor em função do início da desaceleração dos embarques de soja, que têm seu pico em maio e junho. Em julho, as vendas somaram US$ 3,2 bilhões, contra US$ 3,1 bilhões em julho deste ano e US$ 3,6 bilhões no mês passado. Nos sete primeiros meses do ano, a quantidade embarcada e a receita com a commodity bateram recorde. A partir de agosto, a tendência é que haja uma redução nas exportações.
O superávit da balança comercial em julho foi o segundo melhor resultado do ano, perdendo apenas para junho, quando o saldo ficou positivo em US$ 2,365 bilhões. Trata-se do quinto resultado positivo consecutivo este ano. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior não faz previsão numérica para o fechamento da balança no ano, mas estima resultado superavitário.