Jornal Correio Braziliense

Economia

Cristina Kirchner diz que Argentina não quer calote e culpa fundos abutres

Segundo a presidente, os fundos cobram US$ 1,3 bilhão por uma dívida inicial de US$ 48 milhões




A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, disse que o seu país não quer dar um calote internacional e que os fundos abutres ; investidores que compram papéis de países e de empresas em crise ; é que não estão dispostos a negociar.

Em um pronunciamento que durou pouco mais de 25 minutos, a presidente criticou os fundos norte-americanos que cobram uma dívida de US$ 1,3 bilhão remanescentes da crise econômica que o país atravessou em 2001. Ela participou nesta quarta-feira (16/07), ao lado de outros líderes de estado, do primeiro dia de reunião entre os países-membros do Brics e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

;Dizem que a Argentina não quer não quer negociar. Os únicos que não querem negociar são os fundos abutres. Eles querem que a gente pague US$ 1,6 bilhão por US$ 48 milhões;, afirmou. ;Mas a Argentina vai continuar cumprindo com suas obrigações porque é um país solvente e porque está convencida de que deve honrar seus credores de forma justa, eqüitativa e global;, apontou.

O presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, fez um discurso breve de seis minutos e elogiou a criação do banco dos Brics. "Quanto mais alternativas existirem, melhor. O mundo financeiro é imprevisível e a insegurança e a volatilidade do mundo atual são muito grandes. Isso nos obriga a ter uma reserva;, disse.

O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, comemorou a integração cada vez maior entre os países sul-americanos e as nações emergentes. ;O Brics significam as cinco nações emergentes econômica, cultural e político do mundo, e a Unasul é também um bloco emergente;, apontou. ;Começa haver uma cara já de uma nova aliança, uma nova geopolítica mundial;, finalizou.