Os desafios e as oportunidades na relação entre Brasil e China, cujo comércio bilateral aumentou 10 vezes na última década, atingindo US$ 83 bilhões em 2013, é tema de debate nesta quarta-feira (16/7) na Confederação Nacional da Indústria (CNI) em Brasília. O seminário ocorre às vésperas da visita do presidente da China, Xi Jinping, que está no país para a reunião de cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
O presidente da CNI, Robson Andrade, alertou sobre a importância do fortalecimento da parceria entre Brasil e China. "O Brasil já está em terceiro lugar no ranking dos países ocidentais que negociam com a China, que é o sexto destino de investimentos das multinacionais brasileiras", ressaltou.
[SAIBAMAIS]O embaixador Sergio Amaral, presidente da seção brasileira do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), destacou que a China vem diversificando sua atuação no Brasil. "Antes era muito voltada para o negócio de commodities, agora está focando o mercado consumidor e já vem ampliando sua presença em serviços financeiros", disse.
O consultor do CEBC, Claudio Frischtak, explicou que as exportações do país para a China representam 17,3% do comércio exterior brasileiro, e o país asiático é o principal parceiro comercial do Brasil, seguido pelos Estados Unidos, com participação de 12,7%. Ele afirmou que os investimentos chineses anunciados no Brasil, de 2007 a 2013, somaram 73 projetos e US$ 56,5 bilhões. ;Desses, 50 foram confirmados, com injeção de US$ 28,3 bilhões, dos quais US$ 10 bilhões já foram investidos; sublinhou. Segundo ele, a taxa de efetivação dos projetos subiu de 45% entre 2007 e 2011 para 81% entre 2012 e 2013, e segue numa tendência crescente.
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, apresentou um balanço do nível de investimento no Brasil, considerado baixo, em torno de 20% na relação com o Produto Interno Bruto (PIB). "Esse nível ainda é insuficiente para garantir um crescimento na faixa de 4% ao ano. Para aumentá-lo, o país precisa do ingresso do investimento estrangeiro", afirmou.
Pelos cálculos do BNDES, nos próximos quatro anos, a previsão é de que o Brasil receba investimentos da ordem de US$ 1,9 trilhão, com expansão de 5% ao ano. "O crescimento é pequeno, mas a base é sólida", disse, ressaltando as oportunidades que o país oferece na área de infraestrutura, principalmente no setor de transportes e mobilidade urbana. "Vamos discutir com bancos chineses que já estão operando no Brasil para fazer parcerias mais significativas", destacou.