Belo Horizonte - IGP-M, INPC, IPCA, INCC, salário mínimo. Depois de quase 20 anos do Plano Real, a economia brasileira ainda não conseguiu se libertar dos reajustes de preços baseados em índices econômicos. É o fenômeno da indexação, que pode ser mais facilmente percebido quando o custo de vida se torna persistentemente alto, acendendo a memória inflacionária do país. Essa herança ruim dos tempos de hiperinflação continua presente na economia porque boa parte dos valores usados no dia a dia, é indexada, desde o aluguel até a mensalidade escolar.
[SAIBAMAIS]O impacto desse mecanismo pesa mais forte no bolso do consumidor quando o custo de vida se afasta do centro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), atualmente de 4,5% ao ano. Nessa situação, passa a ser mais comum calcular os reajustes de produtos e serviços com base no período anterior, alimentado um ciclo econômico ruim. ;A indexação é um componente de nossa inflação que traz a memória para o futuro. Os preços aumentam hoje porque subiram ontem. É uma inflação que pode ser também de expectativa;, explica Virene Roxo Matesco, professora de MBA em Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV). A cultura da indexação é defensiva e forte no país que, ao longo de muitos anos, desenvolveu mecanismos para lidar com a pressão dos preços. ;Esse tipo de inflação é muito ruim. Ela acontece também quando um segmento passa a fazer reajustes por prevenção porque tem a expectativa de que os custos vão subir.;
Sopa de letrinhas
Os indicadores econômicos são muitos no Brasil. O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), por exemplo, é bem conhecido da população porque é utilizado na correção de contratos de aluguel. O Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna(IGP-DI) é referência para a dívida pública. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) é usado em campanhas salariais.