Um dia após ter decidido manter a taxa Selic em 11% ao ano, interrompendo o ciclo de aumento iniciado em abril do ano passado, o Banco Central (BC) mostrou, ontem, o reflexo que um ano seguido de alta dos juros básicos da economia teve no custo dos empréstimos bancários. A taxa média das linhas de crédito para pessoas físicas subiu pelo quarto mês seguido, em abril, batendo em 42% ao ano, o maior nível desde 2011. Os juros do cheque especial também atingiram, no mês passado, o maior patamar desde abril de 2012, de 161,8% ao ano. No cartão de crédito, o custo é ainda maior: 232%.
Apesar de terem elevado significativamente o custo do dinheiro, os 12 meses de alta contínua da Selic ainda não atingiram seu principal objetivo, que era reduzir a pressão inflacionária. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) continua próximo do teto da meta do governo, de 6,5%, como acontecia um ano atrás. Para o economista-chefe do INVX Global Partners, Eduardo Velho, a política monetária só conseguiu segurar a inflação abaixo do limite de tolerância, mas tem se mostrado ineficaz ; na ausência de outras medidas do governo para controlar a expansão da demanda, como a moderação dos gastos públicos, sob responsabilidade do Ministério da Fazenda ;, para levar o índice à meta central, de 4,5%.
;O mercado de trabalho está aquecido e os rendimentos em alta. Por isso, a pressão inflacionária não cede. Seriam necessárias reformas estruturais para conter a alta dos preços. Tudo ficou sob responsabilidade do BC, que, sozinho, já mostrou que não consegue. Mas o ciclo de elevação da Selic, certamente, impediu que a carestia estivesse estourado o teto;, avaliou o economista.
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