Jornal Correio Braziliense

Economia

Terceirizados com salários atrasados da UnB protestam em frente ao MEC

Os funcionários querem saber quando receberão os vencimentos, atrasados desde abril

Os terceirizados da PH Serviços lotados na Universidade de Brasília (UnB) continuam sem saber quando receberão os salários atrasados referentes ao mês de abril e protestam em frente ao Ministério da Educação em busca de uma solução. Porteiros, copeiras e recepcionistas afirmaram que a UnB prometeu realizar o pagamento direto na conta dos funcionários na última quarta-feira (14/5), mas a transação do dinheiro não foi feita até o momento.

O Correio teve acesso a um documento do Decanato de Administração da universidade que diz que para realizar o depósito dos salários, a instituição ;depende de verba do Ministério da Educação; e ;não há como determinar uma data certa para este pagamento;.

O responsável pela comissão dos terceirizados da UnB, Francisco Targino, disse que 600 porteiros e 230 copeiros e recepcionistas estão de greve desde 1; de maio. Segundo o representante, que também é funcionário da PH Serviços, os vales-refeição e transporte referentes ao mês de abril também estão atrasados.;A mesma empresa que ganhou milhões ano passado do governo é a mesma empresa que está dando um calote nos funcionários. O governo federal já gastou bilhões com a Copa e não tem dinheiro para pagar os funcionários terceirizados? Isso é uma vergonha;, desabafa Targino.

A PH Serviços possui 12 mil empregados e possui, pelo menos, 6.443 funcionários lotados na Esplanada dos Ministérios. Na UnB há cerca de mil funcionários contratos pela terceirizada. Nem o faturamento robusto de R$ 302,2 milhões entre janeiro de 2013 e março de 20141 impediu que a empresa quebrasse. O presidente da firma, Hélio Chaves, havia dito ao Correio no começo da semana que encerrará as atividades porque tem um buraco de R$ 17,1 milhões nas contas, devido a atrasos de pagamentos de clientes.


A UnB alegou desconhecer o documento obtido pelo Correio e afirmou que possui dinheiro em caixa para realizar os pagamentos. Segundo a instituição de ensino, o processo de pagamento está na fase final e a verba será repassada para o Banco do Brasil, que terá um prazo de 48 horas para efetuar o depósito na conta dos funcionários. Em relação a promessa de quitar a dívida dos terceirizados na última quarta-feira, a UnB justificou que o processo burocrático atrapalhou o cumprimento do prazo. Um prazo exato para ressarcir os empregados não foi estipulado pela universidade.

O Ministério da Educação disse, em nota, que ;não existe nenhuma limitação de recursos; e que a ;UnB já providenciou o pagamento que será feito aos serviodres;.