Bruxelas - Os países da Eurozona reduziram em 2013 o déficit público a 3%, contra os 3,7% registrados em 2012, deixando para trás a pior recessão de sua história, embora o nível de dívida pública siga aumentando perigosamente, segundo dados da Eurostat.
O conjunto da Eurozona (17 membros em 2013) conseguiu alcançar o nível máximo de déficit público recomendado pelo Banco Central Europeu (BCE), embora dez dos países não tenham atingido este objetivo.
Os números mostram que a Eurozona deixou para trás a pior crise financeira de sua história, que ameaçou inclusive a existência da moeda única, mas as disparidades de déficit entre os membros são grandes e vários países deverão manter e realizar um rígido rigor fiscal e reformas estruturais nos próximos anos.
A dívida pública global aumentou a 92,6% do PIB, contra os 90,7% registrados em 2012, muito acima dos 60% recomendados pelo BCE, o que resume o custo representado pela crise da dívida que explodiu com a crise financeira de 2008-2009 e pela subsequente recessão, a pior da história da moeda única.
Para o conjunto da União Europeia (UE), de 28 membros, o déficit público baixou em 2013 a 3,3%, contra 3,9% em 2012, enquanto a dívida pública se situou em 87,1% do PIB, contra 85,2% do ano anterior. Sem surpresas, a primeira economia europeia, Alemanha, registrou um déficit em equilíbrio e conseguiu reduzir sua dívida pública a 78,4%, contra os 81% do PIB em 2012.
Já o déficit da França, segunda economia do bloco, foi de 4,3%, menor que os 4,9% registrados em 2012, mas sem chegar a alcançar seu objetivo de 4,1%. A dívida pública francesa seguiu aumentando perigosamente, representando 93,5% do PIB, contra 90,6% do ano anterior.
A terceira potência econômica europeia, a Itália, conseguiu manter um déficit de 3%, mas sua dívida pública literalmente explodiu desde o início da crise econômica de 2008-2009. Em 2013 alcançou 132,6% do PIB, mais de cinco pontos percentuais em relação a 2012. A Espanha, quarta economia da Eurozona, registrou um déficit público em 2013 de 7,1%.
Entre 2012 e 2013, a Espanha, que atravessou uma grave crise econômica, conseguiu reduzir seu déficit de 10,6% a 7,1%, mas sua dívida pública aumentou em um ano de 86% para 93,9% do PIB. O governo espanhol anunciou no fim de março um déficit de 6,62%, ligeiramente superior à meta de 6,5%.
A Grécia, país que recebeu duas vezes um resgate financeiro, registrou um déficit astronômico de 12,7% em 2013, contra 8,9% em 2012. Sua dívida pública também segue extremamente alta, e chegava no ano passado a 175,1% do PIB, enquanto um ano antes era de 157,2%. A Comissão Europeia havia estimado em fevereiro um déficit de 3,1% em 2013 para a Eurozona e previu para 2014 um déficit de 2,6% e de 2,5% para 2015.
Segundo os dados da Comissão, a dívida pública em 2013 foi de 95,5%. Neste ano aumentará a 95,9%, para depois cair a 95,4% em 2015. A Comissão também vislumbra uma recuperação econômica para 2014 com um crescimento de 1,2%, depois de registrar em 2013 uma contração do PIB de 0,4% e sair de uma recessão de 18 meses no segundo trimestre.